INALANTES

14 de Novembro de 2011

A inalação de diferentes substâncias que fazem parte de rituais sociais ou cerimónias religiosas é uma prática comum que vem da antiguidade, existindo muitos exemplos em diversas civilizações.
Nos finais do século XIX, fabricou-se o óxido nitroso, que se popularizou como substância recreativa devido aos seus efeitos eufóricos. Pouco depois, utilizou-se o éter como tóxico, surgindo as primeiras referências à inalação de gasolina em 1934, de clorofórmio em 1945 e de colas em 1957.


Inalantes  

A inalação de diferentes substâncias que fazem parte de rituais sociais ou cerimónias religiosas é uma prática comum que vem da antiguidade, existindo muitos exemplos em diversas civilizações.

 Nos finais do século XIX, fabricou-se o óxido nitroso, que se popularizou como substância recreativa devido aos seus efeitos eufóricos. Pouco depois, utilizou-se o éter como tóxico, surgindo as primeiras referências à inalação de gasolina em 1934, de clorofórmio em 1945 e de colas em 1957.

O abuso destas substâncias, tal como o conhecemos na actualidade, surgiu nos anos 50 nos EUA, estendendo-se a partir daí por todo o mundo.

A sua administração é feita por inalação; a mais comum consiste em verter o produto num saco de plástico e apertar o orifício do saco à volta da boca e do nariz, para aspirar os vapores que se desprendem.

 Alguns dissolventes são, por vezes, aspirados pelo nariz, utilizando um trapo embebido ou colocando uma parte da substância num recipiente metálico, sob o qual se aplica uma fonte de calor para aumentar a libertação de vapores.

A sua absorção é rápida, dada a grande superfície do epitélio pulmonar e a elevada solubilidade lipídica; isto explicaria em parte a velocidade com que é transportada através das membranas biológicas e seria a chave dos efeitos não específicos e globais que se produzem na actividade do Sistema Nervoso Central.

 O seu mecanismo de acção seria o de estimular os receptores GABA ou fluidificar as membranas neuronais, sendo esta a mesma forma de actuação proposta para o álcool.

 No entanto, a informação dos aspectos bioquímicos e farmacológicos continua a ser insuficiente.

Está geralmente associado a grupos sociais marginais, principalmente nos países onde existem grandes camadas sociais em situação de precariedade ou fenómenos como os “meninos da rua”.

Caracteriza-se por uma fase inicial de exaltação do humor, euforia, alegria, alucinações ocasionais e transtornos do comportamento (agressividade, hiper-actividade motora,...).

 Terminados os efeitos iniciais, aparece uma depressão do sistema nervoso central, sonolência e confusão.

 Se a inalação for contínua, pode aparecer uma intoxicação grave, semelhante à embriaguez etílica, com cansaço profundo e mesmo perda da consciência. A todos estes sintomas juntam-se as náuseas, vómitos, tosse, lacrimejo, etc.

 Efeitos a longo prazo

Não existe consenso sobre a capacidade dos inalantes para gerar dependência física. No entanto, existem dados suficientes para afirmar que causam dependência psicológica e tolerância: muitos inaladores crónicos apresentam um alto grau de ansiedade perante a falta da substância e um forte desejo de inalar, necessitando de aumentar a dose para conseguirem os mesmos efeitos que antes conseguiam com quantidades inferiores.

 Associam-se aos inalantes efeitos adversos potencialmente graves. O mais grave é a morte, que pode ser causada por depressão respiratória, arritmias cardíacas, asfixia, aspiração do vómito ou acidente.

 Outros efeitos a longo prazo incluem danos renais ou hepáticos irreversíveis e lesões musculares permanentes.

 A combinação de dissolventes orgânicos com altas concentrações de cobre, zinco e metais pesados foram relacionadas com o desenvolvimento de atrofias cerebrais, epilepsia do lóbulo temporal, diminuição do nível intelectual e alterações no EEG.

 Os efeitos adversos podem ser, ainda, verificáveis em alterações cardiovasculares e pulmonares (dores no torax e bronco-espasmos), sintomas gastrointestinais (náuseas, vómitos, hemorragias) e alterações neurológicas (neurite periférica, dores de cabeça, parestesias, sinais cerebelosos e encefalopatia por chumbo).

 Normalmente, o consumo destas substâncias constitui um fenómeno transitório que se abandona na idade adulta. Não obstante, existem pessoas que fazem um uso prolongado, correndo assim riscos físicos e psicológicos de enorme gravidade.

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