HEROÍNA
14 de Novembro de 2011
Heroína
Retirada do mercado como medicamento em todo o mundo, converteu-se numa droga ilegal e no eixo de uma estrutura internacional de narcotráfico. Durante muito tempo, a heroína foi consumida por via intravenosa. O aparecimento da SIDA e a sua emergência devastadora entre os heroinómanos explica a tendência actual dos novos consumidores para fumar ou aspirar o vapor libertado pelo aquecimento da substância. É muito frequente o consumo de heroína misturada com outras substâncias, por exemplo a cocaína (“speedball”), para prolongar e intensificar os efeitos de ambos os produtos. Os principais efeitos farmacológicos da heroína, em maior grau, justificam-se por causa da morfina, que é um dos seus componentes principais.É importante destacar o facto de os efeitos da heroína não serem iguais no início do consumo ou depois de gerada a dependência: o motivo que leva inicialmente uma pessoa a injectar-se, deve-se a uma intensa sensação de prazer e euforia. Posteriormente, o indivíduo vê-se obrigado a consumi-la para evitar o estado de carência que provoca a ausência da substância. Isto significa que o opiáceo se torna num poderoso reforço de seu próprio consumo.
Efeitos imediato
Sobre o Sistema Nervoso Central:
* Analgesia,
* Sonolência,
* Euforia,
* Sensação de tranquilidade e diminuição do sentimento de desconfiança,
* Embotamento mental,
* Contracção da pupila,
* Náuseas,
* Vómitos,
* Depressão da respiração (causa de morte por overdose)
* Desaparecimento do reflexo da tosse.
Outros efeitos:
* Produz a libertação de histamina (vasodilatação e comichão na pele).
* A nível endocrinológico: inibição da hormona que liberta a gonadotropina; diminuição dos níveis do factor de libertação da corticotropina (diminuem os níveis de plasma do cortisol testosterona).
* Na mulher produzem-se ciclos menstruais irregulares.
* No aparelho digestivo: os movimentos peristálticos tornam-se lentos, favorecendo a prisão de ventre.
* Na bexiga: o tónus do esfíncter aumenta e diminuem os reflexos da micção, provocando dificuldade de urinar.
Efeitos a longo prazo e potencial de dependência
Desenvolvimento de tolerância com grande rapidez: Tendência para aumentar a quantidade de heroína auto-administrada, com o fim de conseguir os mesmos efeitos que antes eram conseguidos com doses menores, o que conduz a uma manifesta dependência. Passadas várias horas da última dose, o viciado necessita de uma nova dose para evitar a síndrome de abstinência provocada pela falta dela.
Desenvolve tolerância em relação aos efeitos de euforia, de depressão respiratória, analgesia, sedação, vómitos e alterações hormonais. Não a desenvolve para a miose nem para a prisão de ventre. Estes efeitos, junto com a diminuição da libido, a insónia e a transpiração, são os sintomas dos consumidores crónicos. Existe tolerância cruzada entre todos os agonistas opiáceos, facto que se aproveita para os tratamentos de desintoxicação e desabituação.
Os opiáceos, devido aos seus potentes efeitos eufóricos e à intensidade da sintomatologia de abstinência, geram um alto grau de dependência.
Há milhares de pessoas no mundo inteiro que tentam tratar a dependência destas substâncias.
Síndrome de abstinência
Sintomas: desejo de consumo, inquietação e irritabilidade, hiper-sensibilidade à dor, náuseas, dores musculares, estado de ânimo disfórico, insónia, ansiedade.
Marcas físicas: dilatação da pupila, transpiração, “pele de galinha”, taquicardia, aumento da tensão arterial, bocejos, febre.
Os sintomas demoram aproximadamente uma semana a desaparecer, apesar de permanecer uma lembrança constante. A síndrome descrita, embora acarretando muito sofrimento e sensação de perigo para muitos heroinómanos, não é grave e pode ser superada sem riscos para a saúde.
Além destes sintomas variarem segundo a quantidade ingerida, frequência, via de administração, etc., a sua intensidade depende em grande parte da motivação e expectativas do indivíduo, do apoio familiar, profissional, etc.
Muitas das complicações típicas dos heroinómanos estão intimamente relacionadas com as infecções causadas pelo uso da seringa, falta de hábitos higiénicos adequados e também pela adulteração do opiáceo mediante produtos tóxicos ou prejudiciais (é frequente encontrar adulterantes como açúcar em pó, talco, lactose, cacau,...). Isto explica o aparecimento no paciente de feridas, abcessos, processos infecciosos como hepatites, pneumonias, SIDA,...
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