DERIVADOS DA CANNABIS
14 de Novembro de 2011
São compostos derivados de uma planta denominada Cannabis Sativa, que se cultiva em diversas zonas geográficas, uma vez que se adapta tanto a climas quentes como temperados, inclusive secos, sempre que tenha a necessária provisão de água.
A referência por ela ao longo da história é constante, surgindo como marcos fundamentais:
Derivados da Cannabis
São compostos derivados de uma planta denominada Cannabis Sativa, que se cultiva em diversas zonas geográficas, uma vez que se adapta tanto a climas quentes como temperados, inclusive secos, sempre que tenha a necessária provisão de água.
A referência por ela ao longo da história é constante, surgindo como marcos fundamentais:
* Primeiro, a sua expansão no Mundo Islâmico nos séculos XII e XIII, em parte devido ao movimento Ismaelita e em particular pela seita dos Haxixins;
* Segundo, a sua ligação ao estado Mameluco no Egipto, tolerante com a utilização da cannabis como um sinal exterior de diferença entre os integrados e os excluídos da sociedade, cuja descrição aparece nas “Mil e uma Noites” ;
* Finalmente, a campanha de Napoleão no Oriente, que reintroduziu a cannabis nos círculos letrados europeus.
Há três formas de consumo da Cannabis Sativa:
1. “Marijuana ou Erva” – Preparada a partir das folhas secas, flores e pequenos troncos da planta;
2. “Haxixe” – Prepara-se prensando a resina da planta fêmea e se transforma numa barra de cor castanha, com o nome coloquial de “Chamom”. O seu conteúdo em THC (até 20%) é superior ao da Marijuana (de 5% a 10%), pelo que a sua toxicidade é potencialmente maior.
3.“Óleo de Cannabis ou Óleo de Haxixe” – Liquido concentrado que se obtém misturando a resina com um dissolvente, como a acetona, o álcool ou a gasolina. Este evapora-se em grande medida e dá lugar a uma mistura viscosa, cujas quantidades em THC são muito elevadas (até 85%).
Os seus efeitos aparecem a curto prazo e variam em função das doses, da potência da cannabis utilizada, da maneira como é fumada, do estado de ânimo e das experiências anteriores.
Efeitos imediatos
Sintomas e sinais físicos:
Aumento da frequência cardíaca; Aumento da pressão arterial sistólica quando se está deitado e a sua diminuição quando se está de pé; Congestão dos vasos conjuntivais (olhos vermelhos); Dilatação dos brônquios; Diminuição da pressão intra-ocular; foto-fobia, Tosse, Diminuição do lacrimejo.
Sintomas psíquicos:
Euforia, que aparece minutos depois do consumo, Sonolência, Fragmentação dos pensamentos e podem surgir ideias paranóides, Intensificação da consciência sensorial, maior sensibilidade aos estímulos externos, Instabilidade no andar, Acção antiemética, Alteração da memória imediata, assim como da capacidade para a realização de tarefas que requeiram operações múltiplas e variadas, juntando-se a isto reacções mais lentas e um défice na aptidão motora, que persistem até 12 horas após o consumo. Isto provoca uma considerável interferência na capacidade de condução de veículos e outras máquinas.
Nas pessoas com pouca experiência e que a ingerem em lugares desconhecidos, os efeitos negativos mais frequentes são sintomas de ansiedade e ataques de pânico. Também, depois da euforia inicial, podem surgir sintomas de depressão. Em pessoas vulneráveis ou consumidores de doses muito elevadas, pode provocar, em menor grau, um quadro psicótico-alucinatório-delirante agudo.
Estes sintomas são mais frequentes nos países onde se consomem produtos potentes em THC.
Os transtornos são de breve duração e em geral não é necessária uma assistência especializada.
Efeitos a longo prazo
Efeitos físicos:
Nos fumadores produz bronquite e asma. O risco de contrair cancro do pulmão é maior, devido ao fumo ser inalado de uma forma mais profunda; Os efeitos endócrinos mais destacados são a diminuição da testosterona, inibição reversível da espermatogénese no homem e uma supressão da LH plasmática, que pode originar ciclos anovulatórios na mulher; Os filhos das mulheres consumidoras crónicas podem apresentar problemas de comportamento. Produz alterações na resposta imunológica, apesar da sua importância clínica ser desconhecida.
Efeitos psíquicos:
Nos fumadores crónicos, o consumo pode provocar um empobrecimento da personalidade (apatia, deterioração dos hábitos pessoais, isolamento, passividade e tendência para a distracção). Esta situação é semelhante à dos consumidores crónicos de outros depressores do Sistema nervoso Central. Alguns autores denominaram-na como “síndrome amotivacional”; A existência de uma psicose cannábica crónica é controversa e actualmente admite-se que só apareceria em indivíduos propensos a padecer de algum transtorno psicológico.
Potencial de dependência
Provoca uma síndrome de abstinência leve (ansiedade, irritação, transpiração, tremores, dores musculares). A tolerância só ocorre nos grandes consumidores. Já que o seu mecanismo de acção no sistema nervoso se faz através de receptores específicos, não existe tolerância cruzada com nenhuma outra substância.
Tendo em conta o elevado número de pessoas que consomem derivados da cannabis, são muito poucas as que procuram ajuda para deixar o consumo.
Usos terapêuticos
Há cannabinoides em uso em alguns países, como antiemético oral para tratar as náuseas provocadas pela quimioterapia.
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