Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas – ECATD/2011

22 de Novembro de 2011

 

O IDT apresentou os resultados do estudo que se  enquadra no ESPAD - European School Survey on Alcohol and other Drugs, um projecto da responsabilidade de uma rede de investigadores independentes que, em cada país, são apoiados por instituições nacionais de referência na área do álcool e/ou das drogas para que possa ser realizado.  A nível europeu, é coordenado por Bjorn Hibel do CAN- Suécia. Em Portugal, a coordenação é de Fernanda Feijão do IDT, IP. Conta com o apoio do Grupo Pompidou do Conselho da Europa e do OEDT-Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.


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Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco e Drogas – ECATD/2011

 

O estudo de que se apresentam hoje os resultados, enquadra-se no ESPAD - European School Survey on Alcohol and other Drugs, um projecto da responsabilidade de uma rede de investigadores independentes que, em cada país, são apoiados por instituições nacionais de referência na área do álcool e/ou das drogas para que possa ser realizado. A nível europeu, é coordenado por Bjorn Hibel do CAN- Suécia. Em Portugal, a coordenação é de Fernanda Feijão do IDT, IP. Conta com o apoio do Grupo Pompidou do Conselho da Europa e do OEDT-Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência.

Realiza-se desde 1995, com a periodicidade de 4 anos e destina-se a acompanhar a evolução dos consumos de substâncias psicoactivas pelos alunos de 16 anos, a nível europeu e, a partir de 2003, alargou-se a cada um dos grupos etários dos 13 aos 18 anos em Portugal. A divulgação dos resultados do relatório europeu, em que participaram 35 países, está prevista para Maio de 2012.

 

Em Portugal, a recolha de dados do estudo de 2011, decorreu em Maio de 2011, tendo sido inquiridos mais de 13000 alunos do ensino público, do 7º ao 12º anos de escolaridade, do ensino regular e profissional. A amostra de cada um dos grupos etários englobou cerca de 2000 alunos. Caracterizaram-se principalmente os consumos de álcool, tabaco, drogas através das prevalências de consumo (percentagens de consumidores) - ao longo da vida (experimentação), últimos 12 meses (consumo recente) e nos últimos 30 dias (consumo actual) –, das frequências de consumo (nº de ocasiões), das quantidades de substâncias consumidas, e das idades de iniciação aos

consumos. São também analisadas percepções, atitudes e crenças que constarão do relatório final.

Na evolução da dimensão e dos padrões de consumo, de 2003 para 2011, salienta-se:

 

Relativamente aos consumos de álcool:

 

Decréscimo na percentagem de experimentação, em todos os grupos etários, globalmente e de modo semelhante nos rapazes e nas raparigas; os valores situam-se entre os 37% aos 13 anos e os 91% aos 18 anos;

 

Decréscimo na percentagem de consumidores recentes (últimos 12 meses), em todos os grupos etários, globalmente e de modo semelhante nos rapazes e nas raparigas; os valores situam-se entre os 27% aos 13 anos e os 87% aos 18 anos;

 

Decréscimo na percentagem de consumidores actuais (últimos 30 dias), em todos os grupos etários, globalmente e de modo semelhante nos rapazes e nas raparigas; os valores situam-se entre os 13% aos 13 anos e os 70% aos 18 anos;

 

Aumento das percentagens de alunos que já se embriagaram, e dos que o fizeram nos 30 dias anteriores ao estudo, a partir do grupo etário dos 15 anos, sendo os aumentos mais acentuados para as raparigas; as prevalências de embriaguês ao longo da vida situam-se entre os 8% aos 13 anos e os 54% aos 18 anos e, nos “últimos 30 dias”, entre os 2% aos 13 anos e os 23% aos 18 anos.

 

Aumento da frequência dos episódios de embriaguez, a partir dos 15 anos;

 

Decréscimo na percentagem de consumidores de cerveja entre os alunos de 13 e 14 anos e estabilidade nos outros grupos etários, acompanhado de aumento das quantidades de cerveja consumida pelos alunos dos 13 aos 15 anos e decréscimo nos alunos dos 16 aos 18 anos;

 

Decréscimo das percentagens de consumidores de vinho, em todos os grupos etários mas aumento das percentagens dos que consumiram vinho na última ocasião de consumo;

 

Ligeiro aumento das percentagens de consumidores de bebidas destiladas mas aumento muito relevante nas quantidades destas bebidas consumidas pelos alunos dos 16 aos 18 anos;

 

As idades de iniciação aos consumos das diversas substâncias e da ocorrência de embriaguez, não apresentaram alterações relevantes de 2007 para 2011.

 

Portanto, em síntese, relativamente ao álcool, há a reter, particularmente entre os alunos dos 16 aos 18 anos, um acentuar dos consumos mais intensivos (mais quantidades de destiladas e mais embriaguez - mais alunos e maior número de ocorrências), além de aumentos maiores entre as raparigas do que entre os rapazes. Para além disso convém ainda salientar as elevados percentagens de consumidores com idades entre os 13 e os 15 anos.

 

Relativamente aos consumos de tabaco:

 

Decréscimo na percentagem de consumidores, nos alunos mais jovens (13 e 14 anos) e nos mais velhos (18 anos), globalmente e de modo semelhante nos rapazes e nas raparigas; os valores situam-se entre os 17% aos 13 anos e os 61% aos 18 anos;

 

Aumento relevante nas percentagens de consumidores actuais (com consumos nos 30 dias anteriores ao estudo), nos alunos de 15 anos ou mais com aumentos ligeiramente maiores nas raparigas; os valores situam-se entre os 11% aos 13 anos e os 48% aos 18 anos;

 

Em todos os grupos etários, a iniciação aos consumos fez-se mais tarde do que em 2007, em especial para as raparigas; os valores situam-se entre os 5% aos 13 anos e os 34% aos 18 anos;

 

Portanto, em conclusão, menos experimentação de tabaco e início mais tarde, mas mais consumidores actuais.

 

Relativamente às drogas:

 

− Cannabis:

 

- Diminuição (13 e 14 anos) ou estabilização (15 aos 18 anos) da percentagem de experimentação (longo da vida) de cannabis entre os alunos mais jovens; os

valores situam-se entre os 2% aos 13 anos e os 28% aos 18 anos;

 

- Aumento da percentagem de consumidores recentes (últimos 12 meses) mas

decréscimo acentuado na frequência dos consumos, em todos os grupos etários e mais acentuado nas raparigas do que nos rapazes; os valores situam-se entre os 1% aos 13 anos e os 25% aos 18 anos;

 

- Algumas variações em ambos os sentidos nas percentagens de consumidores

actuais (últimos 30 dias) mas com decréscimo acentuado na frequência de

consumos em ambos os sexos; os valores situam-se entre os 1% aos 13 anos e os 16% aos 18 anos;

 

− Relativamente aos estimulantes e aos alucinogénios, houve:

 

- Estabilidade ou decréscimo nas percentagens de consumidores de Ecstasy em todos os grupos etários com excepção dos alunos de 16 anos, que aumentou;

 

- Aumento relevante nas percentagens de experimentação de anfetaminas entre os alunos mais jovens (13 aos 16) e decréscimo nos mais velhos (17 e 18 anos);

 

- Ligeiro aumento nas percentagens de experimentação de cocaína entre os

alunos mais jovens (13 aos 15) e decréscimo nos mais velhos (17 e 18 anos);

 

- Estabilidade na experimentação dos cogumelos alucinogénicos, entre os mais

novos (13 e 14 anos) aumento nos alunos dos 15 e 16 anos e decréscimo nos

alunos mais velhos 17 e 18 anos;

 

- Estabilidade na experimentação de LSD ente os alunos mais novos (13 e 14

anos) e aumento nos alunos mais velhos (15 aos 18 anos).

 

− Quanto à experimentação de heroína houve estabilidade na percentagem de

experimentação em todos os grupos etários com excepção dos 15 anos (aumento) e 17 anos (decréscimo), o mesmo sucedendo com a experimentação de drogas injectadas.

 

Em síntese as percentagens de experimentação de todas estas substâncias situa-se entre o 1,5% e os 3%, com excepção das anfetaminas que se situam entre os 3 e os 4% e das drogas injectadas que são inferiores a 1%.

Globalmente, os resultados apontam para a necessidade de investir na prevenção dos consumos de álcool - em particular dos consumos intensivos (16 aos 18 anos) e dos consumos entre os mais jovens (consumo legalmente proibido até aos 16 anos) - do consumo regular de tabaco e da experimentação de drogas estimulantes (em particular as anfetaminas) e dos alucinogénios.

 

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